Apesar de convocações circulando em redes sociais convocando caminhoneiros para uma paralisação nacional nesta quinta-feira (4), as principais lideranças do transporte rodoviário negaram qualquer adesão ou mobilização formal. Entidades representativas disseram que não existe convocação oficial, classificando as mensagens como infundadas.
Convocações ocorrem, mas sem respaldo institucional
Nos últimos dias, grupos e influenciadores nas redes sociais voltaram a fomentar a ideia de uma greve nacional dos caminhoneiros para reivindicar melhores condições de trabalho — ou como ato de apoio a causas políticas. Porém, dirigentes de entidades representativas como a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e a Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) afirmaram que não há convocação oficial para paralisação.
O líder conhecido da greve de 2018, Wallace Landim — apelidado “Chorão” — reforçou que não apoia o movimento atual. Em vídeo divulgado na internet, ele criticou quem tenta usar a categoria com objetivos políticos, dizendo que “a luta dos caminhoneiros é por transporte, não por causa política”.
Reivindicações da categoria x desconfiança sobre a proposta
As pautas que vêm sendo citadas por apoiadores incluem: estabilidade contratual, revisão do marco regulatório do transporte de cargas, garantia de cumprimento das normas trabalhistas e aposentadoria especial após 25 anos de atividade.
Apesar das reclamações legítimas antigas relativas à precariedade no transporte de cargas, as lideranças alegam que não houve assembleia, votação ou consenso que justifique uma greve — o que contraria qualquer movimento de paralisação convocado por redes ou grupos informais.
Memória da greve de 2018: lições e receios
A última grande paralisação nacional da categoria ocorreu em 2018 — e levou o país a uma crise de desabastecimento, com impacto em combustíveis, alimentos e transporte de mercadorias.
Esse histórico recente é usado por muitos caminhoneiros e representantes do setor para justificar prudência: uma greve sem base formal e consenso pode prejudicar justamente quem vive da estrada — não a categoria como um todo.
Por ora, o clima é de incerteza. Com lideranças oficiais afirmando que não há greve e organizadores informais insistindo no chamado, o risco de paralisação reduz dramaticamente. Mesmo que algum grupo tente parar — de forma isolada ou simbólica — dificilmente haveria mobilização em escala nacional, sem convocação formal e apoio amplo da categoria.
Para os brasileiros, a expectativa é de que o abastecimento siga normal, mas com atenção dada à retórica nas redes sociais — sempre propensas a boatos e convocações sem respaldo.








